segunda-feira, 4 de junho de 2012

Parem os abusos ou paramos a contax


Está insustentável o nível a que chegou o assédio moral no site Mackenzie da Contax no Rio de Janeiro, onde a grande maioria atende para o suporte técnico do Velox. Desde o chamado “Dia da virada” a vida dos operadores se tornou um inferno. Os abusos vão desde advertência verbal, seguida de intimidação, até mesmo suspensão imediata pelos motivos mais banais.
Certamente a Contax tem através dos seus sistemas (Log do sistema) condições de identificar todas as informações acessadas no terminal, porém, para mostrar serviço ao seu novo acionista, P.T., culpa os trabalhadores pela sua incompetência na administração da Segurança da Informação. Por isso, além de manter sua política de baixos salários, agora, baixa o chicote nos trabalhadores, visando aumentar seus lucros para economizar em sistemas de segurança. 
Em uma das ocorrências, uma supervisora se sentiu incomodada com uma operadora que usava um vestido e decidiu aplicar-lhe uma suspensão. Indignada, a operadora recorreu à coordenadora do plantão e, para surpresa geral, a coordenadora utilizava um vestido mais curto ainda. Resultado: a operadora não foi suspensa, porém a agressora saiu ilesa. Em outra situação a suspensão foi porque o operador abaixou a cabeça na PA enquanto aguardava outro cliente entrar na linha. Todos os dias são várias ocorrências e a pilha de sanções na mesa das coordenadoras bate recorde. Exigimos uma reunião com a Gerência da Contax para tratar desses problemas, mas nenhum setor se manifestou ainda.
Fato: não é permitido entrar na operação com nenhum tipo de instrumento que permita o registro de dados (caneta, celular, tablet, netbook, notebook, pen-drive, etc.).
É compreensível que a política de segurança da informação deva ser respeitada, porém, a empresa impõe as normas sem nenhuma discussão com o SINTTEL-RIO. Infiltrou três capitães-do-mato, carrascos dos escravos, para fotografar, dedurar, demitir e esculachar os trabalhadores. Esses elementos transitam livremente pelos corredores e pela operação sem qualquer identificação contrariando a própria política de segurança da empresa que diz: é proibido acesso ao interior da Contax sem o crachá na altura no peito.

Assédio moral é crime
Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador. O assédio moral é a prática da coerção e intimidação visando prejudicar ou impor que o trabalhador realize procedimento inadequado à sua função, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.
A Contax, através dos supervisores, coordenadores e gerentes despreparados para lidar com os trabalhadores, e supostamente cumprindo ordem da “auditoria externa”, vem causando vários transtornos para os operadores e inclusive para supervisores mais conscientes do seu papel.
A sanção pelo uso do “mute” é abusiva. A ferramenta é utilizada para garantir a qualidade do atendimento, evitando que o cliente ouça um espirro ou mesmo quando o operador consulta outro sobre algum procedimento. No entanto, a Contax acha por bem desabilitar a ferramenta e punir os que insistem em buscar a melhoria do atendimento.
Chega de abuso.
Precisamos nos organizar desde já, participando da mobilização para acabar com os abusos cometidos no site Mackenzie. Caso não seja realizada uma reunião essa semana para tratar dessa pauta, devemos construir a paralisação do site Mackenzie a exemplo do que fizemos no site Riachuelo onde a paralisação na campanha salarial contou com adesão de praticamente todos os trabalhadores.

Rêneo Augusto – Membro da CIPA da CONTAX

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